MC Cabelinho anima plateia de adolescentes, mas canta pouco em show no The Town
06/09/2025
(Foto: Reprodução) MC Cabelinho canta X1 e público do The Town faz rodinha
Em seu show no The Town, neste sábado (6), MC Cabelinho foi mais animador de plateia que cantor. O artista de 29 anos apresentou seu repertório sobre ostentação, drogas e sexo, muitas e muitas vezes apontando o microfone para um mar de adolescentes completar as letras.
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Eles sabiam todas, afinal Cabelinho é, hoje, um dos nomes mais populares da geração Z -- os nascidos a partir de 1995 dominaram o Autódromo de Interlagos, em São Paulo, neste primeiro dia de festival.
O artista é conhecido por fazer a ponte entre o funk carioca e o trap, vertente mais arrastada do rap, que nos últimos anos ganhou as paradas musicais e um espaço considerável nesse tipo de evento.
Sinalizadores são vistos acesos no público durante show de MC Cabelinho
Dessa conexão, saíram músicas como "Né Segredo" ("deixa eles contar história que eu gosto de contar dinheiro", ele cantou, e o público repetiu) e "Loucura", que reimagina o clássico de Alcione, "Faz uma Loucura por Mim", também como uma ode à ostentação (a letra cita nomes de várias grifes, que vestiam alguns dos garotos e garotas da plateia).
Na sequência de sucessos "X1" e "Só Rock 3", o cantor conduziu bem uma enorme roda de bate-cabeça, no momento mais empolgante da apresentação. Sinalizadores foram acesos por alguns fãs (são proibidos no festival).
MC Cabelinho se apresenta no The Town 2025
Natalia Rampinelli/Agnews
Como é de costume nos shows de trap, Cabelinho usou auto-tune para distorcer a voz ao vivo. A ferramenta como recurso estético é um dos principais traços desse subgênero, e às vezes torna um tanto incompreensível o que está sendo cantado, mas quem estava no show não se preocupou com isso.
Criado na favela carioca do Pavão-Pavãozinho-Cantagalo, na zona sul do Rio, Cabelinho começou a cantar aos 15 anos e, em 2017, fez sucesso nos bailes com "Toda Hora", versão proibidona do sucesso do reggae "Me Namora", gravada pelo Natiruts.
Essa não apareceu no setlist, assim como outros funks do início da carreira -- ele costuma incluir um medley com eles, mas não dessa vez. Em vez disso, o cantor fez um cover "autotunado" de "Céu Azul", do Charlie Brown Jr.
Chegando perto do fim do show, o artista cantou "Rastafari", single lançado nesta semana, e aproveitou para anunciar um novo EP só com músicas românticas: "Só trapzinho love".
Cartela resenha crítica g1
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