Lauryn Hill dá aula de como se renovar em show potente no The Town, mas que merecia mais público
06/09/2025
(Foto: Reprodução) Lauryn Hill canta “Killing Me Softly With His Song” e público faz coro
Lauryn Hill deu aula no The Town deste sábado (6), ao mostrar como se faz um show inesquecível. Pela quinta vez no Brasil, a americana e seus filhos YG e Zion Marley ostentaram toda a sua potência artística no Autódromo de Interlagos (SP), lavando a alma de quem os assistia, com hits que atravessam gerações.
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A cantora subiu ao palco com 18 minutos de atraso. Antes de ela entrar, sua DJ avisou que a cantora estava no camarim, terminando de se arrumar. Para esquentar o público, a DJ Reborn tocou músicas brasileiras que enaltecem a negritude, dando o tom do que veríamos (e ouviríamos) no show da americana.
Foi um espetáculo do início ao fim, o que ficou nítido com o público totalmente entregue. A plateia era numerosa, mas aquém do que se espera para a última apresentação do segundo palco principal do festival — também menor do que se espera para uma lenda viva como Lauryn.
Lauryn Hill canta música em homenagem ao filho Zion
Ao contrário das outras apresentações do dia, que tiveram adolescentes como protagonistas, o público desse show foi dominado por adultos.
Vestida com um sobretudo dourado e um terno de animal print, a cantora entrou ao som de “Everything is Everything”, canção que aqui surgiu estendida e mais suingada do que na versão original. Lauryn e seu público mais fiel estão acostumados com isso. Ela leva aos palcos outras versões de suas músicas — não apenas mantendo o brilho das originais, como também o engrandecendo. Cada show é único.
É uma forma que ela encontrou de renovar seu repertório e a si mesma. Com mais de 30 anos de carreira, a artista lançou apenas um álbum solo: "The Miseducation of Lauryn Hill". Trabalho que é tão aclamado que chegou a ser considerado o melhor álbum de todos os tempos, em um ranking da Apple Music no ano passado.
Do álbum, ela cantou músicas como “Lost Ones”, “Ex-Factor” e “When it Hurts só Bad”. Em “To Zion”, a cantora dividiu o microfone com o caçula para quem compôs a música, Zion. Enquanto o telão exibia imagens dele bebê, os dois davam fofura ao momento Mãe-Filho.
Lauryn Hill se apresenta no The Town 2025
Fábio Tito/g1
Netos de Bob Marley, Zion e YG celebraram o avô e a Jamaica em grande estilo. Cantaram músicas de suas carreiras solo e covers. Entre as faixas entoadas pelos músicos, estavam “Three Little Birds”, “Marching to Freedom” e “Premature Paradise”.
Lauryn também cantou hits do Fugees, o trio rapper de que fez parte ao lado de Pras Michel e Wyclef Jean. Inclusive, ela chamou Wycelf (seu ex) para o palco. Dividiu com ele o microfone nos hits “How Many Mics”, “Killing Me Softly With His Song” e “Fu-Gee-La".
Nos telões, foram exibidas imagens dos Fugees, Lauryn e de artistas e povos negros de vários cantos do mundo.
A banda estava impecável, fazendo jus à veia eletrizante da artista, que faz um som eclético unindo rap, soul, gospel, reggae blues, funk e dancehall.
A única decepção mesmo foi o fato de “Doo Woop (That Thing)”, um dos maiores hits de Lauryn, ter ficado de fora. Ainda assim, a sensação que fica é a de que ela sabe como fazer um espetáculo e sempre se renovar.
Cartela resenha crítica g1
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